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NÃO TENHA TANTA PRESSA PARA EMIGRAR. EU CONTO O PORQUÊ




Quanto se fala de pressa, me vem a memória uma frase muito repetida, desde sempre: a pressa é inimiga da perfeição. É de um autor desconhecido, mas quem já não verbalizou ou, pelo menos, pensou nela quando apressadamente falhou?

Quem também fala da pressa é José Saramago, quando afirma: “Não tenha pressa, mas não perca tempo”.

Do “não tenha pressa”, me pergunto por que as pessoas que pensam em emigrar, quase sempre, querem saltar etapas e, com isso, aumentar o risco das coisas não correrem bem? Ficam com a sensação de que ganharam tempo, mas vão perder esse tempo quando cá chegar.  Não esquecendo o aumento da possibilidade de insucesso e terminar tendo de retornar. Imaginem o custo financeiro e psicológico

Antes de avançar, pela minha experiência de 7 anos a apoiar famílias que emigraram para Portugal, atribuo, com generosidade, um prazo de 9 meses – o mesmo que existe entra a conceção e o parto de uma criança – como o razoável para cobrir todo o processo: a consolidação do sonho, a análise de viabilidade, a escolha de onde viver e trabalhar, a solicitação do visto adequado e a chegada ao destino final.

Vamos refletir um pouco, imaginando uma persona muito comum nesse fluxo: um casal, relativamente jovem e com filhos pequenos. Os pais com 35 anos e os filhos com 5 e 8. Qual a vantagem de ganhar com a pressa dois ou três meses, aumentando sensivelmente o risco dos imprevistos, se a esperança de vida em Portugal será de no mínimo, mais de 50 anos para os pais?

Na forma como conduzimos o nosso apoio à emigração, utilizamos os 9 meses para cumprir as etapas e, em paralelo, e com nossa orientação, a família vai estruturando o que vai ficar para trás, e vai estudando os diversos temas de interesse para eles no pais que escolheram viver.

 Como exemplo, aponto alguns: (1) O sistema de saúde; (2) O sistema de transporte; (3) A escola das crianças; (4) O mercado de arrendamento de imóveis; (5) Como adquirir um automóvel, se for o caso. Poderia citar mais uma dezena de temas relevantes que, se realizados com a antecedência devida, será mais bem feito e deixará a família pronta para viver a sua desejada vida em Portugal assim que chegarem.

Os nove meses que tanto falo é tempo para concluir o projeto da emigração, desde o seu início até quando os pés tocarem em solo luso, mas também são 9 meses de estudos, pesquisa, busca de relacionamentos, aprendizados dos códigos sociais e protocolos, de identificar conhecidos que cá residam. Esse tempo, se for bem usado, ratifica o “mas não perca tempo” que fecha o aforismo de Saramago.

Nove meses para estudar o país, sobra tempo até para pesquisar culinária, história, geografia e literatura portuguesa – todas tão ricas – facilitando assim a assimilação da cultura local e a natural adaptação.

Não poderia deixar também de enfatizar, que esse tempo serve para envolver a família no projeto. De todos participarem e se sentirem parte integrante e participante dele.

Siga o plano, não salte etapas, estude com intensidade e foco, aproveite cada dia para reduzir o grau de desconhecimento da sua nova terra, e não vai se arrepender. O arranque na chegada vai surpreender.

 

Setúbal, 23 de outubro de 2024

Renato Leal

+351.910937387

“Participamos na construção de novos futuros para as pessoas. É nossa missão”

 

 

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