O QUE VIRÁ PÓS COVID? REFLEXÕES INICIAIS
Atualizado: 2 de jun. de 2022
Antes de falar em oportunidades nas áreas dos negócios e investimentos em Portugal, temos a obrigação de alertar sobre um conjunto de variáveis, relativamente fora do controle dos agentes económicos.
Entre muitas, destaco abaixo estas seis:
Controle da pandemia: Não falo em final dela, mas sim, de um relativo controle nos novos casos, na redução significativa do número de mortos, na evolução de novos protocolos de cura e de uma segurança maior da infraestrutura hospitalar, permitindo a tão já propalada nova normalidade e a convivência com o vírus até que a vacina chegue a todos;
Redução do medo: Como medida de pressão para as pessoas obedecerem ao confinamento, criou-se um clima de medo da doença nas pessoas, que veio se somar ao receio do futuro, da perda do emprego, ou declínio e fecho dos seus negócios. Não esquecer do receio que muitos têm de que este será o nosso futuro, e que teremos de aprender a conviver com ele;
Recursos investidos: Que cheguem nos montantes necessários e no devido tempo. Do governo, da União Europeia, e mesmo investimento privado;
Além disto, contrariando algumas opiniões mais otimistas, e mesmo que saia conforme o figurino manda, a recuperação se dará em 3 anos, nunca antes deste período. E partindo desta afirmação, entendemos que é hora de pesquisar e garimpar as oportunidades desta nova era que está a iniciar, para se ter tempo de surfar estas novas oportunidades;
A recuperação do turismo pela sua importância junto ao setor de serviços e imobiliário. O turismo é um grande indutor de desenvolvimento e a sua recuperação é determinante para a evolução da economia portuguesa;
A retoma gradual do consumo privado.
Dito isto, temos que estar com um olho nestas variáveis e o outro nas oportunidades indicadas mais abaixo.
Desde já sugiro o acompanhamento de algumas áreas de atividade e tendências:
Estudem o interior de Portugal na sua vertente agrícola, industrial, turística e habitacional;
Muito vai mudar nos setores ligados ao calçado, às confeções e a outros setores industriais, nomeadamente aqueles ligados à segurança sanitária e indústria de medicamento e equipamentos hospitalares. E não só. Setores estratégicos com relação à segurança nacional também serão ativados;
Creio que o Ocidente de uma forma geral, e Portugal, em particular, iniciarão um saudável processo de substituição de importações. Não é negar a globalização, mas reforçar a sua segurança em produção de itens estratégicos e fortalecer a sua balança comercial;
O turismo vai mudar. Já estava em processo, e pandemia apenas acelerou. Turismo de vivências, desportos radicais, trilhas ganharão força. O interior vira protagonista para o turismo interno e externo;
Haverá uma reordenação do mercado imobiliário. Mudanças nos escritórios, nas casas, nos preços, nas zonas mais procuradas para investimento e moradia;
Há dois fatores competitivos interessantes em Portugal em termos relativos no ambiente da UE: o custo da mão de obra e sua qualificação. Tanto a básica, quanto aquelas relacionadas à tecnologia e engenharia. Isto poderá incentivar deslocamento de produções industriais. Esta situação perdurará a medida da alta percentagem de desempregados ao fim desta pandemia;
Abre-se oportunidades para as carreiras médicas e de enfermagem: Sem esquecer a engenharia ligada à medicina hospitalar e exames de rastreio.
Tudo isto deverá estar sob o olhar atento dos empresários, investidores, profissionais e estudantes. É um mapa que ajudará a dar foco à procura de novas oportunidades de investimento e carreira
RL
Setúbal, 23JUN20
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