A EVOLUÇÃO DA EMIGRAÇAO EM BREVES PALAVRAS
A emigração foi sempre um fator sedutor na vida das pessoas. Seja pelo mistério ou pela necessidade, protagonizou a evolução das civilizações. Novas áreas conquistadas, com as suas riquezas, mais miscigenação entre pessoas e culturas. Foi, e continuará a ser, uma atividade frenética – em vagas - com amplas repercussões na vida humana. E por todo o globo, antes que ganhe outras dimensões. Sejam elas planejadas com visão de futuro, sejam por fugas a cataclismos climáticos, políticos, guerras e outras questões particulares, existiram e se farão presentes cada vez mais. Aspiramos agora a ser cidadãos do mundo e não só da nossa cidade. E em futuro breve, será comum a uma família ou cidadão, viver em 2 ou mais países na sua vida.
Filho de um emigrante português do início do século passado, que deixou Paços de Ferreira a mando do pai em busca de uma vida melhor – que de fato conseguiu – meu pai, Raul Leal chegou ao Recife e venceu, mesmo tendo perdido a vida, precocemente, aos 50 anos de idade. Naquele tempo, a comunicação se dava por carta e de navio.
Quando emigrei em 1973 para SP, confortei as minhas inseguranças olhando o exemplo ousado do meu pai. Noutra época, com comunicações difíceis e tardias, a emigração era muito mais exigente. Na minha, a comunicação era por carta e telefone, este último muito caro, o que me levava a falar com a namorada e minha mãe apenas uma vez por semana.
Em 1996, veio o meu segundo movimento migratório, agora de São Paulo para Portugal, país no qual vivo até hoje. Vim com mulher e dois dos meus filhos, que praticamente se construíram aqui. A comunicação com quem ficou para atrás já era por fax e email. Menos mal, e bem mais barata e rápido. E os outros dois, frutos do meu primeiro casamento, passaram uma larga temporada por cá.
Hoje, a comunicação, algo que no passado era um fator de complicação, de alguma dor, de muita saudade acumulada, já não é mais problema. Estamos conectados 24 horas por dia; fazemos skypes com excelente qualidade de som e imagem; enviamos fotos das nossas experiências na expectativa que “ continuemos a viver juntos”. E podemos voltar a nossa terra mais rapidamente e por preços muito mais em conta que no passado.
Mesmo assim não é fácil emigrar. E é bom que se leve isso em conta.
Nestes próximos dias, avançarei com um conjunto de pequenos textos que procuram aclarar este tema, com o objetivo de tornar a emigração menos arriscada e mais previsível.
Acompanhem. Eles estarão na categoria EMIGRAÇÃO, e serão também postados na nossa fanpage no Facebook.
Setúbal, 15 de outubro de 2022
Renato Leal
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